quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Prefiro ser essa metanóia ambulante.



As pessoas precisam te definir em único adjetivo: ela é marxista, neoliberal, calvinista, fundamentalista, liberal ou esquisita?! Querem sempre que tenhamos uma opinião formada sobre tudo e todas dentro da mesma ordem ideária.

Eu prefiro ser essa metanóia ambulante. 
Prefiro ter apenas uma opinião e esta é que, não preciso ter uma resposta para todas as perguntas sempre. Um título para todas as minhas ideias. Ser reduzida a um rótulo academicista ou teológico. Não preciso. Mesmo sabendo a fonte da resposta de todas elas. Não preciso ser ou calvinista ou armeniana, comunista ou liberal, ser histórico crítica ou gramático histórico, ser freudiana ou detestar psicologia, feminista ou patriarcal. Sobre ser ou não ser, estar ou não estar, porque não posso apenas caminhar? Viver, ler, entender paulatinamente ambas as partes sem me agarrar a uma delas todo tempo.
Posicionar-me no essencial e divagar sobre o secundário. Que necessidade é essa de ordenar o caos com respostas superficiais e sempre prontas, temos primeiro uma opinião depois averiguamos os fatos! Mas sempre temos que ter uma opinião.
A única coisa que sei de mim, é de minha caminhada com Cristo, é de que com ele aprendo a ser melhor, e fazer o melhor para os demais.
Não apenas que nele há verdade, mas que ele é a própria Verdade.
Sou Tomé e todas as suas dúvidas, sou Pedro três vezes. Sou aquele que recebe um pão molhado como sinal de traição e ainda sou João, o amado.Sou Abraão largando tudo e indo para uma terra que não sei onde fica.

Caminhar com a Verdade e para a Verdade é mais interessante que rotular esta verdade, delimitá-la, reduzi-la todo tempo.
Quero continuar a aprender com todas as partes, caminhar com todos quantos forem possíveis. Cristo não virou as costas para fariseus, publicanos pecadores ou prostitutas, ele se entregou por todos e com estes viveu.


A verdade não se reduz a um pensamento sistemático sobre tudo, uma ideologia, um pensamento hermético, reducionista. A Verdade é a caminhada com uma Pessoa que renunciou o domínio político do mundo para habitar nos corações, que carregou a culpa de uma humanidade inteira, sem ser culpado de nada. Que não tinha formosura alguma, mas era o único capaz de reconciliar todas as coisas consigo. Que brotou de uma terra seca para adubá-la. Que lavou pés sujos de traidores por amor. Que talvez não pregaria nossas pregações, não teria o envolvimento político que temos ou a teologia sistemática que produzimos. Esta verdade esteve entre nós, e esta é, Cristo sobre o qual deve estar submetido o senhorio de nossas vidas.
Um dia quem sabe eu abrace um desses títulos e tente exorcizar o oposto da humanidade, por enquanto, eu prefiro ser essa metanóia ambulante. Prefiro ser crente ateia, marxista capitalista, conservadoramente liberal, feminista-machista e, raiz quadrada de onze. 

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