Se nossos espelhos mostram algo sobre nós é apenas o que
não somos.
Nossa vontade por nos encontrar nos arrasta para o meio
da multidão, e é lá que perdemos nossa identidade. Subimos aos púlpitos para
pregar porque ainda não nos convencemos totalmente. Queremos mudar o mundo
exatamente porque não podemos mudar a nós mesmos. Falamos mal da administração
pública para não reconhecer o quanto somos falhos com a nossa. Vivemos em
multidões porque não suportamos conviver sozinhos com nós mesmos.
Preferimos barulho porque precisamos calar nosso
interior. Falamos dos outros porque é mais confortável que falar de nós. Achamos
que estamos fazendo algo bom, mas as raízes de nossas escolhas são puro
egoísmo. É incrível como conseguimos nos esconder de nós mesmos. Achamos que
somos o que queremos ser e não o que realmente somos.
Quando aceitamos aquela imagem nasce um novo homem em nós,
uma nova face e um grande erro. Prazer eu sou o impostor que agora vive em
você.
Este é o outro habitante de nossa alma. Que nos faz
correr atrás do que não precisamos, aquele que sempre quer levar vantagem, aquele
que se alimenta de poder e reconhecimento, aquele que a sociedade forjou para
si. Ele não aceita as coisas pequenas e acha que sabe quais são as ‘grandes’.
Este não somos nós, mas foi por este que Jesus morreu,
este que precisa ser levado todos os dias até o calvário e relembrar porque
vivemos e para o que morremos. Nossa imagem real só é mostrada diante de
Cristo. Somente aqui estamos prontos para avaliar o que realmente importa. O impostor vai embora e vemos
claramente nossa pobreza interior, vazio e necessidade de algo que está além
das possibilidades sociais. Podemos parar de nos enganar, quebrar os espelhos
que refletem pseudo imagens, e aceitar, sem receios, olhar nos olhos de Cristo
e nos encontrar, confrontar e celebrar.
E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.
2 Coríntios 3:18
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